quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Femme II


Je veux t'atteindre
T'être fidèle
Quelque choce m'en empêche
Je le sens
Peut-être que cela fasse parti de
Mon être mefiant et prudent
Pour te vouloir
Je prefère être seule
Pardonne-moi être infamme et Merveilleux.

Delmar Maia Gonçalves
Parede, 21 de Dezembro de 1994.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Metisse

Quelle condition
que celle d'être
qui je suis...!
pour être africain pleinement
je dois admettre être
ce que je ne suis pas
pour être européen de
plein corps
je dois feindre et
chercher à être ce que
je ne suis pas
quel dilemme
que d'être
ce que je suis
etant ce que je ne suis pas!

Delmar Maia Gonçalves
Parede, 15 de Dezembro de 1996.


Ilustração:De David Levy Lima
(Artista Plástico de Cabo-Verde)
Lisboa, 2006

Mulher Africana


Tu mulher
que no teu ventre
criaste vida
Tu mulher
que sofreste
que não viveste
que foste humilhada.
Olha no teu espelho
e sorri


Sorri para essa vida
Que é parte de ti.
Não deixes que te
apontem!

Delmar Maia Gonçalves


Ilustração:
"Mulher Africana"
de Tânia Ferreira
(Artista Plástica e Professora de EVT)
Lisboa, 2008.

domingo, 20 de setembro de 2009

As Eleições Moçambicanas

O não funcionamento de várias comissões para implementação do cessar-fogo acordado e da preparação para as futuras eleições marcadas para Junho deste ano não estará naturalmente a facilitar o cumprimento do acordo alcançado nem a fortalecer o processo de paz.
Esta situação poderá certamente precipitar Moçambique para uma situação semelhante à de Angola, o que poderia transformar-se numa catástrofe de consequências imprevisíveis.
No interesse do ovo moçambicano,o Governo de Moçambique (da FRELIMO) e a RENAMO deveriam concordar com o delegado da ONU e adiarem as eleições para Junho de 1994.
Entretanto, deveriam integrar o elenco governativo actual, até lá, elementos da FRELIMO, RENAMO, MONAMO, FUMO, UNAMO, e CUNIMO, que são os principais partidos moçambicanos, em minha opinião.
A formação de um Governo de Unidade Nacional é imperativa porque, penso eu, acelararia e fortaleceria o processo de Paz moçambicano.
(...)
Delmar Maia Gonçalves
In Revista África Hoje
Lisboa, Março de 1993.

Identidade

(...)
Temos de ser realistas! Se querem falar de identidade moçambicana saibam então de que nela estão incluídos os povos do Norte, Centro e Sul de Moçambique, isto sem distinção de raça, etnia, tribo, religião ou partido político! Ou então não existirá jamais uma identidade verdadeiramente moçambicana. (...)


Delmar Maia Gonçalves
In Revista África Hoje
Novembro/Dezembro de 1996.

sábado, 19 de setembro de 2009

Rui Knopfli

Expresso a minha enorme gratidão, em jeito de homenagem ao Poeta-Maior Luso-moçambicano Rui Knopfli, falecido no passado dia 25 de Dezembro de 1997, em Lisboa, pelo grande contributo e enriquecimento que deu às culturas moçambicana e portuguesa bem como para o reforço da amizade, compreensão e cooperação entre os povos de Moçambique e de Portugal.
Bem haja, senhor poeta Rui Knopfli!

P.S. Quem ama África e a poesia não pode ficar indiferente!


Delmar Maia Gonçalves
in Revista "África Hoje"
Março, 1998.

Momentos

Há momentos para sorrir

momentos para chorar.

Momentos para amar

momentos para odiar.

Momentos de paz

momentos de guerra.

Há um momento para viver

e outro para morrer.

Nós somos a obra perfeita

em busca da perfeição.



Delmar Maia Gonçalves

Parede, 13 de Abril de 1996.
Ilustração da capa do livro "Moçambique Novo, o Enigma":
"Mãe Negra, o filho e o pássaro mensageiro"
Mestre Livio de Morais
(Artista Plástico e Professor de História de Arte)

Nelson Mandela

Quando o Queshua perguntou curioso
Quem é Mandela?
Respondi-lhe: um homem íntegro!
Quando o Chinês perguntou confuso
Quem é Mandela?
Respondi-lhe: um homem do povo!
Quando o Makonde perguntou
Quem é Mandela?
Respondi-lhe: um sábio Soba da
primeira linha!
Quando o Alemão perguntou desconsolado
Quem é Mandela?
Respondi-lhe: um homem negro!
Quando o Americano perguntou desconfiado
Quem é Mandela?
Respondi-lhe descontraído: um Líder Africano!

Delmar Maia Gonçalves
Madorna, 18 de Março de 1996.

Em Moçambique já não há corvos

Mau agoiro
aquele que
os Corvos
trazem com a sua
anunciada presença.

Bom agoiro
aquele em que
se anuncia
a ausência dos Corvos.


Delmar Maia Gonçalves
Lisboa/Parede, 8 de Junho de 2001.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Mahatma Gandhi


















Com o Satyagraha
Venceu os ingleses
Uniu Hindús e Muçulmanos,   Cristãos e Protestantes,
Sikhs e Jainistas,
Vedistas e Budistas,


Na Ásia

na Europa,

em África

nas Américas,

nas Arábias...


Ama-se Gandhi,

Critica-se Gandhi,

Louva-se Gandhi,

Lembra-se Gandhi,

Odeia-se Gandhi,

Segue-se Gandhi,

Venera-se Gandhi.


E Gandhi,

ficou na Memória

do Mundo.


Sendo Morto,

Ficou Imortalizado.



Delmar Maia Gonçalves

Parede, 19 de Março de 1996.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O vento

Estava a pensar
sentar-me ao relento
para sentir a frescura do vento.

Estava a pensar
dormir ao relento
para domar a força do vento.

Mas o vento
é açambarcador
não posso estar por isso
ao relento.


Delmar Maia Gonçalves
Lisboa, 10 de Fevereiro de 2001.

Martin Luther King II

                             Tua consciência
não é escrava.
Tua vida
é um hino
à liberdade.
Teu exemplo
é um poema
para a eternidade.


Delmar Maia Gonçalves
Monte Estoril, 11 de Abril de 2004.

Mulher é...


Luz do poeta
Fogo que arde
E sente
Candeeiro
E chama
Chamamento infinito.


Delmar Maia Gonçalves
Carcavelos, 09 de Maio de 2005.

Mulher XXI


Se os teus
Olhos falassem
Comeria
Tâmaras no
Sepulcro sacro
Da minha ignota
Existência.


Delmar Maia Gonçalves
Parede, 5 de Junho de 2004.

Mulher MM


Sinto alegria
Por aqui estares
E tristeza
Pela tua ausência.


Delmar Maia Gonçalves
Parede, 02 de Novembro de 2003.

Mulher XXXI


Sinto saudades
De momentos
Que contigo
Não vivi.


Delmar Maia Gonçalves
El Escorial/Espanha, 11 de Junho de 2004.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Denuncio...

Denuncio
Os plagiadores do alheio
Denuncio
A preguicite mental
Denuncio
Os "Escritores"
Que não são operários da palavra
Denuncio
Os críticos a pancarta de doutores
Denuncio
A mediocridade livresca
Denuncio
A vaidade saloia
Denuncio
O mediatismo vazio
Denuncio
A crítica passiva
E a ausência de racionalismo


Inédito
Delmar Maia Gonçalves
Parede, 27 de Agosto de 2009.

domingo, 13 de setembro de 2009

Quelimane minha namorada

Se poeta sou
Tu és minha poesia
Se prosador sou
Tu és minha prosa
Se escultor sou
Tu és minha escultura
Se pintor sou
Tu és minha pintura.


Delmar Maia Gonçalves
Maputo/Parede, 12 de Agosto de 1985.

De Corpo Inteiro

Ao Poeta Bocage


Magro
de estatura média
olhos azuis como o mar
nariz alto
eis o Elmano do Sado
da Pena
Lusitano de fado embora,
não renegou
sua veia rebelde
"vive la Revolution!"
por isso cantou
hinos à Liberdade
com sua alma lusitana.
Foi devoto
de mil deidades
num momento e para a eternidade.
Converteu-se
ao deus Baco.
Mil tormentos passou.
Abraçou
o deus Marte
para infelicidade dos frades.
Tarde chegou
seu desânimo com o arrependimento
porque aos céus ultrajou.
Viveu o fado dos génios.
Seu Dezembro fatal e negro chegou
e ele imortalizado ficou
com a paz do sepulcro.


Delmar Maia Gonçalves
Lisboa, 26 de Junho de 2005.
Amor é a fronteira que está entre a paixão e o ódio.


Delmar Maia Gonçalves
Lisboa, 28 de Outubro de 2002.