Ao Poeta Bocage
Magro
de estatura média
olhos azuis como o mar
nariz alto
eis o Elmano do Sado
da Pena
Lusitano de fado embora,
não renegou
sua veia rebelde
"vive la Revolution!"
por isso cantou
hinos à Liberdade
com sua alma lusitana.
Foi devoto
de mil deidades
num momento e para a eternidade.
Converteu-se
ao deus Baco.
Mil tormentos passou.
Abraçou
o deus Marte
para infelicidade dos frades.
Tarde chegou
seu desânimo com o arrependimento
porque aos céus ultrajou.
Viveu o fado dos génios.
Seu Dezembro fatal e negro chegou
e ele imortalizado ficou
com a paz do sepulcro.
Delmar Maia Gonçalves
Lisboa, 26 de Junho de 2005.
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