O Mestre do traço
fácil, das linhas esguias, livres, elegantemente vestidas do nosso solo pátrio
“Moçambique”, não engana, continua pintando no tempo a caligrafia da nossa dor.
Pois, a vida ainda dói. Incompreensivelmente ainda dói e ele canta-a com a cromia
ou monocromia dos eleitos. Não sei se é a paisagem humana que habita nele ou se
não será ele próprio a habitar a paisagem que obsessivamente namora e acarinha
com o seu pincel.
São raros os mestres da pintura que captam o vento que liberta as
asas do condor!
A poesia que o enreda
tem a marca dos sobas africanos, pois, com a sua capacidade facilmente nos
transporta para as profundezas do coração moçambicano.
Encontramos na sua
pintura o equilíbrio entre o seu eu interior profundo e o mundo, entre o seu
ser e as emoções do seu fabuloso e mágico imaginário.
As grandes obras de
arte dos grandes mestres da pintura são de uma solidão infinita e
simultaneamente de uma abrangência universal que abraça e abarca o mundo.
Pádua não escapa a
esse destino.
Sia –vuma Mestre!
Delmar Maia Gonçalves
(Poeta e Presidente do
Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora – CEMD)
In Catálogo da Galeria Artur Boal da Exposição de Homenagem ao Artista Plástico José Pádua
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