quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A televisão na CPLP

Como é tido e sabido Portugal tem protocolos de cooperação com os PALOP na área de informação e nomeadamente na área audiovisual.
Tal cooperação abrangeu a construção das televisões da Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, para além de Centros de Formação em Moçambique e Angola.
É um facto que os PALOP ainda têm muito que aprender nesta área específica. Mas será que também os portugueses não tem nada para aprender nos PALOP?
Não consigo é entender o facto de a RTP Internacional não passar também programas feitos pelos jornalistas e televisões africanos, uma vez que só assim, no meu entender, se estaria a concretizar a cooperação, o intercâmbio e a troca de experiências entre Portugal e os PALOP, para além de reforçar e pontenciar a projectada Comunidade dos Povos e Países de Língua Portuguesa.
Lamento ainda que aos 1440 minutos diários de emissão da rádio só um seja da responsabilidade africana. Isto porque, por exemplo, a televisão moçambicana só pode apresentar quinzenalmente um mini-programa de 15 minutos se quiser, caso contrário, não há nada para ninguém.
Quanto a mim há que tomar cuidado e ser exigente dentro do razoável e possivel nos acordos de cooperação. Não foi por acaso que um diplomata estrangeiro acreditado em Maputo tenha feito exigências inaceitáveis relativamente à toponímia da cidade.
Flexibilidade sim, mas não em demasia.


In Revista "África Hoje" nº95
Delmar Maia Gonçalves
Parede, Maio 1996.

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