Estamos longe de encontrar culpados de uma situação gerada ,que foi sendo sedimentada e se perpetua no tempo aqui e acolá intencionalmente ,de forma escandalosa e descarada,conforme os jogos de interesses,conforme os ventos e as marés.
E tantas são as situações,que supomos serem conhecidas de todos ,que não ousaríamos enumerá-las.
Mas o assunto que me levou à reflexão é o monstruoso Racismo !
O Racismo xenófobo corrente,aquele que nos devora,consome e sufoca,fazendo-nos reviver e conviver com velhos fantasmas do arcaico e aberrante preconceito desde sempre praticado. Aquele que nos escraviza,reduzindo nossa humanidade em laivos de profundo desumanismo .
A escravatura humana como modelo de Produção impulsionador do desenvolvimento social e económico-financeiro,acabou ,esgotou-se ,pelo menos nas Sociedades que se dizem Modernas e Civilizadas,ou daquelas que procuram sê-lo,abandonando a primitiva barbaridade e não se julgue que esta foi inventada pelos Europeus ou pelos Asiáticos.
Mesmo antes das empreitadas Coloniais , ela(s) já existia(m) em África , na Ásia ,na América e na Europa(Ocidental e Oriental).
Alcançada a vitória de um Povo sobre o outro,no plano bélico , alargavam-se os domínios territoriais ,económicos e culturais de um Povo(vencedor) sobre o outro(vencido).
Mas e hoje o que temos? O que aprendemos com a História?Que erros foram corrigidos?
Será que a história nos ensinou algo?E será que somos bons "aprendizes"?Para o Bem ou para o Mal?
Talvez sejamos uma "espécie" de bons "desaprendizes"!
Até quando continuaremos a atirar poeira para os olhos do(s) Povo(s),e a assobiar para o lado,explorando um Populismo ignoto que não é e não serve?Até quando o uso desta retórica?
Aconselha-me a prudência a recordar os de fraca memória, recorrendo ao sábio Provérbio Persa , que "O mundo não está ameaçado pelas pessoas más ,e sim por aquelas que permitem a maldade"!
Delmar Maia Gonçalves
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sábado, 11 de setembro de 2010
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Moçambique e a necessidade de se (re)afirmar como País no panorama político internacional
Moçambique quer (re)afirmar-se no panorama político internacional como País soberano e independente,e não como antiga colónia portuguesa.
Com efeito ,esta questão começou a surgir recentemente por um lado com os excessos nacionalistas Moçambicanos ou por excessos saudosistas , neocolonialistas e geoestratégicos de outros.
Os excessos revolucionários guiaram as intenções dos dirigentes da primeira República Moçambicana,que o Marechal Samora Moisés Machel cimentou.
A conjuntura internacional favorável acabou influenciando e determinando a conjuntura política interna neste jovem País e consequentemente modificando as relações com a Ex.Potência colonizadora que culminaria com as celebradas visitas de Estado do General Ramalho Eanes,do Dr.Mário Soares e do Marechal Costa Gomes à Maputo e do Marechal Samora Moisés Machel à Lisboa ,consolidadas de resto,com a pragmática acção do Dr.Sá Carneiro e do Dr.Pinto Balsemão.
A "Perestroika" de Mikhail Gorbatchov modificou a visão política dos dirigentes de todo o mundo e dos diversos quadrantes políticos e pôs termo à chamada "Guerra Fria" entre os países da NATO e os do PACTO DE VARSÓVIA , entre os Estados ditos Socialistas e os Estados Capitalistas Democráticos.
Questões de geopolítica e de fortes laços histórico-culturais fizeram por outro lado,à Ex.Colónia Portuguesa encarar de forma diferente as relações com a Ex.Potência Colonizadora pelo menos a partir de 1983,ano do Quarto Congresso do Partido FRELIMO , no poder.
Em 1984 inicia-se definitivamente a viragem lenta mas radical e firme no sentido do desanuviamento . Esfumaram-se as velhas relações complexadas que se desenvolveram durante largos anos entre dois Países Soberanos e Independentes que teimavam em estar de costas voltadas procurando ignorar-se,para se desenvolverem relações mais pragmáticas,mais saudáveis e mais ou menos empenhadas.
A República de Moçambique procura alcançar o seu lugar na Comunidade Africana / União Africana e no Mundo,a República Portuguesa está cada vez mais integrada na Comunidade Europeia/ União Europeia e com o Mundo.
É nesta perspectiva , que se deve interpretar a Adesão de Moçambique ou de Portugal a qualquer Organismo Internacional.
Com efeito ,esta questão começou a surgir recentemente por um lado com os excessos nacionalistas Moçambicanos ou por excessos saudosistas , neocolonialistas e geoestratégicos de outros.
Os excessos revolucionários guiaram as intenções dos dirigentes da primeira República Moçambicana,que o Marechal Samora Moisés Machel cimentou.
A conjuntura internacional favorável acabou influenciando e determinando a conjuntura política interna neste jovem País e consequentemente modificando as relações com a Ex.Potência colonizadora que culminaria com as celebradas visitas de Estado do General Ramalho Eanes,do Dr.Mário Soares e do Marechal Costa Gomes à Maputo e do Marechal Samora Moisés Machel à Lisboa ,consolidadas de resto,com a pragmática acção do Dr.Sá Carneiro e do Dr.Pinto Balsemão.
A "Perestroika" de Mikhail Gorbatchov modificou a visão política dos dirigentes de todo o mundo e dos diversos quadrantes políticos e pôs termo à chamada "Guerra Fria" entre os países da NATO e os do PACTO DE VARSÓVIA , entre os Estados ditos Socialistas e os Estados Capitalistas Democráticos.
Questões de geopolítica e de fortes laços histórico-culturais fizeram por outro lado,à Ex.Colónia Portuguesa encarar de forma diferente as relações com a Ex.Potência Colonizadora pelo menos a partir de 1983,ano do Quarto Congresso do Partido FRELIMO , no poder.
Em 1984 inicia-se definitivamente a viragem lenta mas radical e firme no sentido do desanuviamento . Esfumaram-se as velhas relações complexadas que se desenvolveram durante largos anos entre dois Países Soberanos e Independentes que teimavam em estar de costas voltadas procurando ignorar-se,para se desenvolverem relações mais pragmáticas,mais saudáveis e mais ou menos empenhadas.
A República de Moçambique procura alcançar o seu lugar na Comunidade Africana / União Africana e no Mundo,a República Portuguesa está cada vez mais integrada na Comunidade Europeia/ União Europeia e com o Mundo.
É nesta perspectiva , que se deve interpretar a Adesão de Moçambique ou de Portugal a qualquer Organismo Internacional.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Algumas iniciativas que contribuiriam para a preservação e fortalecimento da Língua Portuguesa em Moçambique /PALOP
1)Construção de mais campus universitários em Portugal e nos PALOP.
2)Concretização de acordos Inter-Universidades ou Inter-Escolas Superiores de Educação , visando um maior Intercâmbio Académico- Cultural entre professores e alunos Portugueses e dos PALOP.
3)Criação em todas as Universidades Portuguesas de Núcleos de Estudantes Africanos.
4)Maior aproximação e ligação entre as Associações de Estudantes Africanos e as Embaixadas dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa acreditadas em Lisboa.
5)Desenvolver programas de Intercâmbio Estudantil/ Juvenil similares aos estabelecidos entre os Estudantes Portugueses(Secundários e Universitários) e os Estudantes Americanos e Europeus.
6)Realização de Festivais de Teatro Universitário Inter-Universidades ou Inter-Escolas Superiores de Educação de Portugal e dos PALOP.
7)Organização de estágios para Estudantes Portugueses nos PALOP e de Estudantes Africanos em Portugal.
8)Maiores investimentos em termos de infraestruturas e documentação em Portugal ( e sobre os PALOP) para a concretização de projectos de investigação universitária , nomeadamente em Bibliotecas,Arquivos documentais,Arquivos Históricos,Cinematecas, Centros de Estudos,Fonotecas,Videotecas,Teatros,Museus,Centros Culturais,Centros de Recursos Poéticos e Galerias de Pintura ,de Cerâmica, de Escultura e de Fotografia.
9)Reconhecimento público de personalidades Africanas( Académicas,Culturais, Políticas e Empresariais)residentes em Portugal e nos PALOP que mais contribuiram para uma maior aproximação com Portugal.
10)Geminação Inter-Escolas Portuguesas e Escolas dos PALOP de todos os níveis de Ensino.
11)Promoção de Cursos Anuais de Língua Portuguesa para Professores dos PALOP.
12)Criação de um Centro Cultural Moçambicano oficial em Lisboa que promova e intensifique as actividades culturais e de intercâmbio cultural entre os dois Países.
13)Incentivar apoios a Associações dos Amigos da Língua Portuguesa de Moçambique.
14)Promover visitas regulares de Autores Portugueses a Moçambique e de Autores Moçambicanos a Portugal.
15)Criação de um Museu de África que tenha a participação activa de Historiadores,Antropólogos,Sociólogos e Museólogos Africanos.
Delmar Maia Gonçalves
2)Concretização de acordos Inter-Universidades ou Inter-Escolas Superiores de Educação , visando um maior Intercâmbio Académico- Cultural entre professores e alunos Portugueses e dos PALOP.
3)Criação em todas as Universidades Portuguesas de Núcleos de Estudantes Africanos.
4)Maior aproximação e ligação entre as Associações de Estudantes Africanos e as Embaixadas dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa acreditadas em Lisboa.
5)Desenvolver programas de Intercâmbio Estudantil/ Juvenil similares aos estabelecidos entre os Estudantes Portugueses(Secundários e Universitários) e os Estudantes Americanos e Europeus.
6)Realização de Festivais de Teatro Universitário Inter-Universidades ou Inter-Escolas Superiores de Educação de Portugal e dos PALOP.
7)Organização de estágios para Estudantes Portugueses nos PALOP e de Estudantes Africanos em Portugal.
8)Maiores investimentos em termos de infraestruturas e documentação em Portugal ( e sobre os PALOP) para a concretização de projectos de investigação universitária , nomeadamente em Bibliotecas,Arquivos documentais,Arquivos Históricos,Cinematecas, Centros de Estudos,Fonotecas,Videotecas,Teatros,Museus,Centros Culturais,Centros de Recursos Poéticos e Galerias de Pintura ,de Cerâmica, de Escultura e de Fotografia.
9)Reconhecimento público de personalidades Africanas( Académicas,Culturais, Políticas e Empresariais)residentes em Portugal e nos PALOP que mais contribuiram para uma maior aproximação com Portugal.
10)Geminação Inter-Escolas Portuguesas e Escolas dos PALOP de todos os níveis de Ensino.
11)Promoção de Cursos Anuais de Língua Portuguesa para Professores dos PALOP.
12)Criação de um Centro Cultural Moçambicano oficial em Lisboa que promova e intensifique as actividades culturais e de intercâmbio cultural entre os dois Países.
13)Incentivar apoios a Associações dos Amigos da Língua Portuguesa de Moçambique.
14)Promover visitas regulares de Autores Portugueses a Moçambique e de Autores Moçambicanos a Portugal.
15)Criação de um Museu de África que tenha a participação activa de Historiadores,Antropólogos,Sociólogos e Museólogos Africanos.
Delmar Maia Gonçalves
O maior erro da colonização Portuguesa :A não promoção do Homem Africano
Como era o Ensino Indígena Africano?
Todos os Governos Coloniais tiveram sempre medo da promoção intelectual dos Indígenas.
Temiam que , dentre os Africanos promovidos surgissem Líderes que pudessem causar problemas!Portugal e o seu Governo levaram durante muito tempo o medo ao extremo.
Pelo acordo missionário o Governo Colonial Português confiou a instrução dos Indígenas Africanos às missões católicas, mas sem lhes atribuir,nos primeiros anos,verbas ou apoios para isso.Os missionários alfabetizaram muitas vezes à sua custa e com esforço próprio.
Depois de 1940,o ensino Indígena começou por se chamar Ensino Rudimentar,e durava três anos.Mais tarde , passou a chamar-se Ensino de Adaptação , com a duração também de três anos.
Em ambos os casos a criança podia fazer o exame oficial mas, na prática não o fazia ,por os pais não poderem apresentar o bilhete de identidaderio , por serem Indígenas Africanos.O Indígena que queria aprender mais tinha de ir para o Seminário ou jogar futebol!
Os missionários sofriam muito com os entraves que encontravam na promoção dos Indígenas Africanos.
O Ensino Primário Oficial foi unificado em 1964, desaparecendo a distinção entre o Ensino Rudimentar ou de Adaptação e o Primário.
Todavia muito havia a fazer , sobretudo no Ensino Secundário onde a frequência de jovens Africanos era realmente bastante baixa.
E neste aspecto particular , Portugal esteve sempre atrasado relativamente aos seus parceiros Coloniais de então : a França , a Inglaterra e a Espanha.
Tudo isto com o agravante de os brancos naturais de Portugal(a Metrópole)usufruirem de mais direitos e privilégios do que os Nascidos nas Ex.Colónias (quer fossem Negros , Mestiços ou Brancos !).
Todos os Governos Coloniais tiveram sempre medo da promoção intelectual dos Indígenas.
Temiam que , dentre os Africanos promovidos surgissem Líderes que pudessem causar problemas!Portugal e o seu Governo levaram durante muito tempo o medo ao extremo.
Pelo acordo missionário o Governo Colonial Português confiou a instrução dos Indígenas Africanos às missões católicas, mas sem lhes atribuir,nos primeiros anos,verbas ou apoios para isso.Os missionários alfabetizaram muitas vezes à sua custa e com esforço próprio.
Depois de 1940,o ensino Indígena começou por se chamar Ensino Rudimentar,e durava três anos.Mais tarde , passou a chamar-se Ensino de Adaptação , com a duração também de três anos.
Em ambos os casos a criança podia fazer o exame oficial mas, na prática não o fazia ,por os pais não poderem apresentar o bilhete de identidaderio , por serem Indígenas Africanos.O Indígena que queria aprender mais tinha de ir para o Seminário ou jogar futebol!
Os missionários sofriam muito com os entraves que encontravam na promoção dos Indígenas Africanos.
O Ensino Primário Oficial foi unificado em 1964, desaparecendo a distinção entre o Ensino Rudimentar ou de Adaptação e o Primário.
Todavia muito havia a fazer , sobretudo no Ensino Secundário onde a frequência de jovens Africanos era realmente bastante baixa.
E neste aspecto particular , Portugal esteve sempre atrasado relativamente aos seus parceiros Coloniais de então : a França , a Inglaterra e a Espanha.
Tudo isto com o agravante de os brancos naturais de Portugal(a Metrópole)usufruirem de mais direitos e privilégios do que os Nascidos nas Ex.Colónias (quer fossem Negros , Mestiços ou Brancos !).
A violência nos Bairros Degradados /A promiscuidade nos Bairros Sociais
Primeiro é preciso ter em conta que o problema da violência nos Bairros Degradados e a promiscuidade nos Bairros Sociais é um problema não só dos seus moradores( Ciganos, Africanos e seus descendentes e os Lusos pobres),mas um problema da Sociedade Portuguesa!
E enquanto os políticos portugueses em particular e os portugueses em geral pensarem que este é um problema dos Ciganos, dos Africanos e seus descendentes e dos "lusos"pobres(eles que o resolvam!eles que se entendam!)então não se resolverá tão cedo,pois estes são apenas e só uma parte do problema e são também a solução do mesmo!Trata-se de uma questão global da Sociedade Portuguesa!
É preciso definir bem que razões levam a certos comportamentos e atitudes,que histórias de vida têm os moradores dos Bairros identificados,qual a sua proveniência,que perspectivas e expectativas têm relativamente aos governantes Portugueses e à própria Sociedade Portuguesa e já agora,os " Lusos" pobres que lá vivem , o que pensam de tudo isto?
É preciso combater a exclusão social, mas com soluções globais e não particulares, tendo em conta sempre especificidades próprias!
Não vamos perpetuar o gueto.
Na verdade , para ser concreto,existe tanta droga no Bairro das Marianas(1) como no seio das élites portuguesas da "Quinta da Marinha"!
Finalmente , é preciso envolver neste trabalho alguns Ministérios através de instituições que os representem, Escolas,Universidades,Autarquias,Igrejas e Associações (quer as de moradores, quer as desportivas,culturais e sociais!),desenvolvendo e promovendo parcerias.
Delmar Maia Gonçalves
E enquanto os políticos portugueses em particular e os portugueses em geral pensarem que este é um problema dos Ciganos, dos Africanos e seus descendentes e dos "lusos"pobres(eles que o resolvam!eles que se entendam!)então não se resolverá tão cedo,pois estes são apenas e só uma parte do problema e são também a solução do mesmo!Trata-se de uma questão global da Sociedade Portuguesa!
É preciso definir bem que razões levam a certos comportamentos e atitudes,que histórias de vida têm os moradores dos Bairros identificados,qual a sua proveniência,que perspectivas e expectativas têm relativamente aos governantes Portugueses e à própria Sociedade Portuguesa e já agora,os " Lusos" pobres que lá vivem , o que pensam de tudo isto?
É preciso combater a exclusão social, mas com soluções globais e não particulares, tendo em conta sempre especificidades próprias!
Não vamos perpetuar o gueto.
Na verdade , para ser concreto,existe tanta droga no Bairro das Marianas(1) como no seio das élites portuguesas da "Quinta da Marinha"!
Finalmente , é preciso envolver neste trabalho alguns Ministérios através de instituições que os representem, Escolas,Universidades,Autarquias,Igrejas e Associações (quer as de moradores, quer as desportivas,culturais e sociais!),desenvolvendo e promovendo parcerias.
Delmar Maia Gonçalves
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