sábado, 4 de abril de 2015

"Da Raiz (transparências)"



BREVE ANOTAÇÃO SOBRE O LIVRO

 “Quando estou na Poesia tudo se torna mais claro”. Ainda bem.

É essa a sina do Poeta. Por isso, não admira o seu objectivo afirmado e reafirmado “Afastar a mágoa do mundo/Quero/Quero muito” e é natural que, de tanto pensar, conclua sabiamente “Há um tempo para tudo/Por isso, às vezes não penso/Faz-me falta não pensar”.

E como sabeis a poesia é vida. Vida que nos vai inspirando no seu encanto e desencanto num mundo onde cada vez mais reinam desumanos mascarados de humanos.

Daí a impossibilidade do não-pensamento num Poeta, que é tragicamente um fiel guerrilheiro da verdade que busca incessantemente.

Objectivamente as obras literárias como todas as obras de arte são de uma solidão infinita, mas trazem-nos a beleza e o espanto e, ainda, a riqueza da nossa singularidade poética no mundo. Com esta Poeta que se vai afirmando não poderia ser diferente.

A candura da sua suave poética revela-nos o ser que nela habita e que serenamente vai lendo o mundo de forma muito particular e única, porque como diz convicta “Há dias em que trago o mar dentro de mim”. E o Mar meus senhores, o Mar…, quem pára o Mar?


DELMAR MAIA GONÇALVES
(Escritor e Presidente do Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora)



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