BREVE ANOTAÇÃO SOBRE O LIVRO
“Quando estou na Poesia tudo se torna mais
claro”. Ainda bem.
É essa a sina do Poeta. Por isso,
não admira o seu objectivo afirmado e reafirmado “Afastar a mágoa do
mundo/Quero/Quero muito” e é natural que, de tanto pensar, conclua sabiamente
“Há um tempo para tudo/Por isso, às vezes não penso/Faz-me falta não pensar”.
E como sabeis a poesia é vida.
Vida que nos vai inspirando no seu encanto e desencanto num mundo onde cada vez
mais reinam desumanos mascarados de humanos.
Daí a impossibilidade do
não-pensamento num Poeta, que é tragicamente um fiel guerrilheiro da verdade
que busca incessantemente.
Objectivamente as obras
literárias como todas as obras de arte são de uma solidão infinita, mas
trazem-nos a beleza e o espanto e, ainda, a riqueza da nossa singularidade
poética no mundo. Com esta Poeta que se vai afirmando não poderia ser
diferente.
A candura da sua suave poética
revela-nos o ser que nela habita e que serenamente vai lendo o mundo de forma
muito particular e única, porque como diz convicta “Há dias em que trago o mar
dentro de mim”. E o Mar meus senhores, o Mar…, quem pára o Mar?
DELMAR MAIA GONÇALVES
(Escritor e Presidente do Círculo
de Escritores Moçambicanos na Diáspora)
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