Qualquer
literatura tem o seu futuro assegurado quando possuí jovens autores a
iniciarem-se na carreira literária. Doutra forma, que continuidade seria
assegurada e quem a asseguraria? Afinal, Angola está viva, bem viva na
Literatura que produz com o prolífico activismo cultural dos Jovens da
Brigada.
O
grito que aqui surge é o de um jovem escritor angolano, que, sendo defensor do Status Quo, tem os olhos
postos no futuro e sonha de olhos abertos um futuro melhor para Angola, com
união, paz e harmonia e também a nível pessoal.
E
quem disse que só auguram um futuro promissor apenas os defensores do caos? Também
há as vozes da razão e do bom senso.
Depois,
há o amor. Amor que o autor a todos tem para dar e nada mais. Nada mais? Muito
mais, que o passado é um cadáver que deve ser arrumado numa gaveta sem fundo e fechada a sete chaves
para que o amor respire e ressurja com a força de um leão e à velocidade
estonteante de uma impala e, finalmente, permanecer, mas como um furacão que
nunca é violento, por isso, permanece sobrevivendo às tormentas. Com o amor
tudo volta ao normal e o grito transforma-se em canto. Ouvem-no? Oiçam-no. Tem
melodia e verve. É esta a força poética do verbo que este poeta nos transmite
convidando-nos ao efeito de espelho.
Ao
lermos com atenção cada um dos seus poemas, sentimo-nos convidados à
auto-reflexão, assim como um “xirico”, que escuta melodiosas canções, que nos
inquietam mais do que nos embalam. Não é o Ser Humano o buscador incessante da
perfeição?
É
que, até as máscaras da vida que usamos, são do mais profundo e labiríntico dos
mistérios. E o erro? Quem disse que o erro não faz parte do nosso processo de
crescimento e maturação?
Nunca
nos esqueçamos que só poderemos julgar os outros pelo conhecimento que tivermos
de nós mesmos. E quem disse que o amor é um projecto perfeito de adivinhação
sem tormentos? Depois, bem dizia o poeta libanês Khalil Gibran “O homem é dois
homens; um está acordado na escuridão, enquanto o outro dorme na luz”. Quase
sempre o julgador está preso na cela do seu julgamento, enquanto o julgado expectante
tem um amplexo aberto para partilhar. Por vezes, é preciso procurar todos os
homens para nos conhecermos a nós mesmos.
Como
dizia, mais uma vez Khalil Gibran“ A realidade do outro não está naquilo que te
revela, mas naquilo que não pode revelar-te”.
Não é por acaso que se diz que os poetas são uma espécie de vendedores
de passados que anunciam um futuro que não foi. E que é feito do presente? Na
poesia não há impossíveis, também por isso “A Vida inspira-nos”. Basta que o/a
leitor/a a devorem depois de esta alimentar insaciavelmente o inspirado Vate.
Bayete
Poeta Márcio Batalha!
Delmar Maia Gonçalves
(Escritor e Presidente do Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora - CEMD)
(Escritor e Presidente do Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora - CEMD)
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