terça-feira, 4 de março de 2014

A propósito de “Doze contos meio poema” de Krishnamurti Góes dos Anjos



Se um dia puder, escreverei um tratado da bajulação dos críticos literários, pois, não concordo com ela em absoluto, embora considere útil uma crítica literária séria, honesta e construtiva.
Por isso, sendo eu um escritor anti-bajulação, não tenho motivos para ser intelectualmente desonesto. Na verdade, são poucos os escritores que admiro, como ao meu grande ídolo Gabriel Garcia Marquez. Li o livro de Krishnamurti Góes dos Anjos e só posso oferecer considerações elogiosas. Pela riqueza vocabular e estilística, pela maturidade da linguagem e pela sua grande capacidade de criação de enredos. São raros os escritores que apresentam esta característica especial, de sondar, viver e conviver intimamente com os pensamentos e sentimentos íntimos e profundos dos personagens que eles próprios criaram, observando-os, animando-os e modelando-os.
Um contador de histórias nato, que cruza a realidade vivida, com a realidade sonhada, fundindo-as.
A preocupação primordial do autor com a realidade e as diversas leituras que esta suscita são o motor da sua escrita. Paixão, verve, ondas de criatividade e um turbilhão de pensamentos cruzados numa espécie de vendavais, onde o quotidiano serve de chão ao desafio de olhar o mundo.

Por tudo isto, vale sempre a pena a experiência da leitura de Krishnamurti Góes dos Anjos.


Delmar Maia Gonçalves

(Escritor e Presidente do Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora - CEMD)

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