Se um dia puder, escreverei um tratado da bajulação dos críticos literários, pois, não concordo com ela em absoluto, embora considere útil uma crítica literária séria, honesta e construtiva.
Por isso, sendo eu um escritor anti-bajulação, não tenho
motivos para ser intelectualmente desonesto. Na verdade, são poucos os
escritores que admiro, como ao meu grande ídolo Gabriel Garcia Marquez. Li o
livro de Krishnamurti Góes dos Anjos e só posso oferecer considerações
elogiosas. Pela riqueza vocabular e estilística, pela maturidade da linguagem e
pela sua grande capacidade de criação de enredos. São raros os escritores que
apresentam esta característica especial, de sondar, viver e conviver
intimamente com os pensamentos e sentimentos íntimos e profundos dos
personagens que eles próprios criaram, observando-os, animando-os e
modelando-os.
Um contador de histórias nato, que cruza a realidade vivida,
com a realidade sonhada, fundindo-as.
A preocupação primordial do autor com a realidade e as
diversas leituras que esta suscita são o motor da sua escrita. Paixão, verve,
ondas de criatividade e um turbilhão de pensamentos cruzados numa espécie de
vendavais, onde o quotidiano serve de chão ao desafio de olhar o mundo.
Por tudo isto, vale sempre a pena a experiência da leitura
de Krishnamurti Góes dos Anjos.
Delmar Maia Gonçalves
(Escritor e Presidente do Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora - CEMD)
(Escritor e Presidente do Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora - CEMD)
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