sábado, 22 de agosto de 2009

Moçambique, minha Pátria, minha Mátria


Vim de uma grande e longínqua casa
onde vivi minha infância
e cresci
Onde brinquei
e fui feliz

Tinha donos e servidores.
Mas os donos
não eram donos!
Os verdadeiros donos eram
os servidores.

Havia total domínio dos donos
sobre os servidores
Mas havia também uma revolta silenciosa
nos servidores

Por vezes haviam reclamações dos servidores
aos “donos”
Soava então, o chicote.
Os servidores acatavam as ordens
dos “donos”

Um dia de madrugada
um galo cantou e nasceu o sol com
a revolução
E os servidores passaram a senhores
e os “donos” a nada

Alguns “donos” fugiram,
outros ficaram a trabalhar em igualdade
com os servidores.

Os campos tornaram-se férteis
A prosperidade estava no horizonte,
Já se cantava a esperança.

Até que um dia
chegou uma praga
de “ratos”
Eram a morte!
Roeram tudo.

Apesar das dificuldades
a esperança de melhores dias
Não morreu
E ainda hoje se
canta a esperança.

Delmar Maia Gonçalves
Parede, 04 de Março de 1986

Ilustração:
"Ouvindo melodias em noites melancólicas"
De Roberto Chichorro
(Artista Plástico Moçambicano)
Lisboa, 2002.
Lisboa,



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